marcosthomazm
A Democracia existe quando há meios-fios brancos

Xandão e Fachin.
Não é uma dupla sertaneja, mas vem sacudindo, ou melhor “segurando” o Brasil.
Afinados, sobem o tom na hora certa e representam hoje as vozes mais relevantes no combate a ameaça golpista do bolsonarismo e seu militarismo decrépito.
Vem dos dois a resistência mais firme a essa despudorada sanha antidemocrática que tomou conta do Palácio do Planalto sob proteção e retaguarda da alta cúpula das Forças Armadas.
Há tempos Alexandre de Morais tomou pra si a responsabilidade de “dar o ritmo” no combate aos “atentados nossos de cada dia” a democracia.
A batalha era quase estóica, tipo “o exército de um homem só”, com o perdão do trocadilho e associação, Xandão.
Fato é que o Ministro agiu na origem.
Apertou o cerco contra os financiadores e agentes da rede de falsas informações, a velha-nova “fake news”, termo que, desde 2018, não sai da boca dos brasileiros.
Mas não ficou por aí, o homem não se intimidou com rede de ataques, ou ameaças a própria vida, como a daquela aloprada Sara Winter que “invernou” de vez.
Não fica acuado nem com bravatas presidenciais “Sai, Alexandre de Morais, deixa de canalhice!”, como bradou Bolsonaro na tentativa de golpe do 07 de setembro do ano passado.
E vejam vocês a coincidência.,..
Morais foi o maior alvo das ameaças nos eventos do dia, que se espalharam pelo Brasil.
E o episódio mais marcante após este momento foi a carta de falso armistício do presidente, sob orientação, redação e tudo o mais de Michel Temer, aquele mesmo que indicou Xandão ao STF.
Nem lembro que o vampirão foi o responsável pela polêmica ascensão do careca ao Supremo, menos ainda das críticas aos atributos do tal indicado, à época.
Nunca critiquei.
Sim, eu também tenho memória seletiva, às vezes.
O homem mete tornozeleira eletrônica em canela de deputado valentão.
Aproveitando a deixa...
Nem quero fazer fofoca, longe de mim essa coisa de ser cagueta...
Mas devo alertar que tem deputado paraibano também merecendo pulseirinha preta por defender explicitamente fechamento do Supremo Tribunal Federal, viu?
Cumpre perfeitamente os requisitos...
Aquele mesmo naipe: careca, cheio de marra, bufonaria, fanfarrão, antidemocrático, lambe botas de Bolsonaro e com mandato inútil, além da algazarra que promove.
Pega a visão, Xandão!
Já o senhor Edson Fachin resolveu enquadrar logo o Exército inteirinho.
Está botando a Casa Militar, com todos os seus Helenos, Braga Neto e todo esse generalato de tantas estrelas “com o c... na mão” (como diz a canção) nas suas casernas.
Sim, lá é que é lugar de Militar.
Não encangados em governo civil.
Embora, governo civil no Brasil, hoje, seja uma mera abstração, conceito constitucional. “Na prática e práxis” temos um governo militar em números absolutos de apaniguados e ideologia reinante.
Nem na Ditadura, eu disse DITADURA mesmo, foi assim.
É milico pra todo lado.
Como bem disse Daniel Sousa, na Globo News: “as Forças Armadas não são um poder, apenas uma mera burocracia do Estado. Não manda, sequer dá palpite, apenas obedece.”
Que expertise tem exército em eleição? Quando esteve no poder não realizou umazinha eleição direta sequer.
Agora querem pagar de guardiões da soberania popular?
Ah, me faça uma garapa.
Esse discurso só encontra eco na legião de teleguiados, turba inflamada que alimenta o bolsonarismo.
O militarismo que, explicitamente, defende os interesses do presidente candidato a reeleição, que contesta a autenticidade do sistema, seria o garantidor da lisura do processo?
Bolsonaro, sem disfarçar sua canalhice, como sempre chegou a detalhar como seria esse modelo compartilhado. Ele pediu um duto, cabo paralelo levando a contabilização oficial dos votos para um computador das Forças Armadas trabalhando em paralelo ao TSE.
É de um tecnicismo genial!
A raposa cuidando do galinheiro.
“O golpe ta aí, cai quem quer”.
Nos inspiremos em Xandão e Fachin. Há tempos a ameaça golpista não é apenas arroubo bolsonarista, mas ganha contornos reais.
“É preciso estar atento e forte”.