marcosthomazm
ABAIXO A MONARQUIA INGLESA-É hora do Reino Tupiniquim!

“The Queen is dead”.
Para você aí, súdito real de meia tigela, que não domina o "engrish" básico não se atualiza no duolingo, traduzo na lata: "a vovó subiu no telhado".
Ilustrou com piada, brasileiro saca logo.
Mas voltando ao inglês britânico...
"The Queen is dead" é o título de um dos álbuns mais emblemáticos de uma importante banda de rock inglesa, The Smiths.
Era o rock, aliás, em tempos que era só contestação ao status quo, a voz de protesto e não espaço para uns reacinhas de plantão, incluindo o próprio Morrissey de hoje. Esse povo que envelhece mal, muito mal.
E não estou falando da Beth, perdão pela intimidade, Vossa Majestade Elizabeth II.
Essa envelheceu muito bem. E não é sobre ela, ou a ela as críticas, também sendo, na real, afinal esse negócio de real é que é antinatural.
Particularmente, prefiro a rainha Freddie Mercury. Ali era uma Queen menos boneco de cera.
Ainda falando de realeza via Rock...
Raiz mesmo é o Keith Richards que esnoba o título de sir, “caga e anda” pra essa insígnia de Cavaleiro etc e tal. E mais, a partir de agora, o Stone, definitiva e isoladamente, assume os memes da net de imortal, highlander dos highlander.
Voltando a Rainha Elizabeth, reafirmo que, nunca houve de minha parte, nada de pessoal contra a simpática senhora.
A maior maldade que, sarcasticamente, me divertiu contra ela, foi o roubo da coroa pela malvadona do Minions.
Toda a minha crítica, incredulidade, de fato, é a esse anacronismo de Família Real, alimentar qualquer simbologia em torno de uma aura especial sobre qualquer ser.
Coisa de aristocracia, sangue azul, escolhido divino e piriri pororó.
Paradoxalmente, quem mais alimenta isso, fora as monarquias absolutistas periféricas, são os “civilizados” europeus.
Especialmente, a Grâ-Bretanha, mesmo.
Não há como dissociar essa manutenção de celebrização em torno de realeza ao orgulho britânico de alguma superioridade perante o mundo. Parece ser muito mais algo de dentro para exibir, suntuosamente, fora do que, qualquer crença real de existência dessa glória.
E devo admitir, que a Rainha Elizabeth se saiu muito, muito melhor do que todos os outros marmanjos, inclusive, pela nobreza (olha o trocadilho aí) de saber se ofuscar de decisões políticas, não intervindo, literalmente, onde não era chamada, cedendo a quem de fato competia decidir.
Transformou, na prática, a aura de Família Real em algo mais simbólico, representativo do fetiche que exerce a riqueza e aristocracia sobre os povos, mesmo os tais evoluídos europeus.
Uma samambaia opulenta, vistosa, mas apenas figurativa.
Muito embora, apenas isso, ainda me soe totalmente desconexo.
Pior ainda é ver a quantidade de bobo da corte, além mar da Ilha.
O mundo em torpor acompanhando os desdobramentos do fato que muda, essencialmente, nada neste ou em qualquer mundo de Game of Trones.
Tudo muito démodé para mim.
Um fascínio provinciano.
Vou guardar esse deslumbre para conhecer a neve. Mais palpável e dá para fazer um boneco do Ray Charles, digo Rei Charles.
Sinceramente, a Folha de São Paulo, até a virada do dia da partida da Sua Alteza, dedicava uma, duas, três páginas principais a isso.
Isso tudo enquanto o Brasil ferve com a eleição mais importante desde o Big Ben, digo Big Bang.
Ainda bem que eu não vi o Jornal Nacional. Pelo andar da carruagem, digo homenagens estaria comovido e vestido de guarda inglês montando sentinela a esta hora.
Trazendo essa nobre situação para o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves...
Com Bolsonaro no poder me dá até desejo de ser servo de um monarca qualquer.
Chama aquele rapaz de Orléans e Bragança aqui.
Aquele lá, com a tez hidratada a base de suco de Pêra com Kiwi...
Como é mesmo o nome do cidadão??
O autodenominado Imperador do Reino Tupiniquim?
Cola aí minha autarquia, digo meu King.
É tudo nosso!!