marcosthomazm
Afinal, na PB tem prefeito dando "livro pra comida e prato pra educação"??
FAMUP tenta rebater TCE sobre irregularidades e improbidade dos gestores municipais paraibanos, mas tiro parece ter saído pela culatra

Prefeitos em marcha a Brasília “com pires na mão”, implorando por mais recursos.
Choro coletivo por queda de arrecadação via Fundo de Participação dos Municípios, principal fonte de receita de mais de 90% dos municípios brasileiros.
Em meio a este cenário de arrocho histórico, o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba emitiu parecer apontando gastos desnecessários e irresponsabilidade nas gestões de municípios paraibanos.
Logo, a Federação das Associações dos Municípios da Paraíba saiu em defesa dos seus consorciados, naquele estilo blindagem.
Uma nota apócrifa, meramente classista, que não diz “alhos com bugalhos”.
“A Famup acredita que houve algum tipo de inconsistência nos dados que foram apresentados pelo TCE-PB no relatório final...”
Este é o tom central do texto.
“Houve algum tipo de inconsistência.” Qual?
Na verdade é a narrativa que orbita todo o texto, “sem eira, nem beira”.
Ora, natural a entidade representativa defender seus associados, mas com esse nível de vazio?
Não há uma única linha de contraposição ao que apresenta o TCE.
“...dezenas de municípios cumprem com obrigações como o pagamento dos pisos, sobretudo o do magistério, muitos dessas gestões pagando até acima do que se exige em lei.”
Quais os municípios que cumprem?
Dezenas de municípios em um universo de 223 no estado não é lá muita coisa, convenhamos.
Onde estaria o erro, ou inconsistência do TCE, que não generalizou a questão, portanto não disse que todos os prefeitos escorregavam na gestão?
Claramente, a FAMUP não tinha elementos para a defesa na questão, apenas quis atender a categoria que representa, ou por mero senso de dever, ou por pressão:
“A Federação tem recebido dezenas de ligações dos prefeitos e prefeitas informando que seus municípios constam na lista do Tribunal, porém cumprem com as obrigações e pagam a integralidade do piso.”
Repito, qual a relação dos municípios que cumprem, por exemplo?
O tiro saindo pela culatra.
Sequer conseguiu negar que vários dos quase 200 municípios paraibanos que estavam em situação de emergência “queimaram” algumas centenas de milhares de reais em eventos, festejos juninos etc e coisa e tal.
A alegação da FAMUP de valorização das tradições nordestinas e cultura local não encontra abrigo em qualquer lógica.
Quais os astros locais das festas realizadas em alguns pequenos municípios paraibanos??
Mas, o pior, pior mesmo da argumentação reativa era um trecho no estilo “dono da bola da pelada”:
“O prefeito tem o poder discricionário e orçamentário para tomar as decisões de gestão.”
Uma versão tupiniquim da célebre e canalha frase do senhor Richard Nixon, ex-presidente dos EUA, mais um todo-poderoso à sua épóca:
“Quando o presidente faz algo, significa que não é ilegal”
É. E como é.
E como bem frisou o presidente do TCE-PB, Nominando Diniz, ao colega Judivan Gomes, na Rádio Tabajara, os gestores precisam aprender a diferença entre o público e o privado.
E a FAMUP pode auxiliar os seus associados com mais do que organização de marchas por recursos, ou “passada de pano” tipo essa, generalista, sem consubstancia, apenas para jogar para a galera.