ASTROS EM FÚRIA 2- A bagunça do Universo

Reza a lenda, que só foi eu me manifestar sobre um aparente quebrantamento interior ao lado místico das paradas que fenômenos estranhos começaram a acontecer.

Prato cheio para os maledicentes quererem atribuir uma coisa a outra.

Ou seja, minha aparente inclinação esotérica aos sinistros fatos recentes deste e de outros mundos.

Veja bem, a necessidade de se produzir maldições fantasmagóricas, me elevou em potência espiritual jamais vista, nesta, ou em outras vidas.

Pode também não ser nada disso, mas apenas aquela tentação humana de querer demonizar o outro, atribuindo a mim, a responsabilidade destas desgraças que permeiam a humanidade e atingem até uns ETzinhos de outros astros do Sistema Solar.

“Sai pra lá coisa ruim”.

Primeiro, vou logo reafirmar: não sou místico.

Falei apenas acerca de um momentâneo e leve arrebatamento, contemplação, observação de forças ocultas, transcendentais ao redor.

Mas, tudo sem origem, menos ainda base de fé definida.

-Irmão, irmão...

- Pare aí. Alto lá.

Grito logo em direção ao sedento pentecostal de Bíblia em punho e na outra mão panfleto com aquelas imagens de paraíso “Lagoa Azul”, com gente branca, nórdica e tigres vivendo em comunhão, em uma savana africana...

Passou, passou...

Eles não perdem uma oportunidade de “resgatar uma alma” para algum lugar no céu que acham ter loteado.

Voltando a Terra terrena, onde todo pecado nunca é castigado e os homens continuam a campear em nomes de deuses imaginários, ferinos e vingativos...

Foi nesse ínterim de minha manifestação, quase convertido que, pelo menos dois fenômenos bem peculiares vieram como uma epifania.

Uma revelação aos meus olhos do desmantelo que rege esta nova Era.

Primeiro, o Neymar.

Ele mesmo, o menino Ney.

Já faz um tempinho o episódio, mas, como sói peculiar aos olhos mirados/fixados apenas neste plano, pouca gente se atentou ao que subjaz o fato em si.

Trocando em miúdos, Neymar teve uma grave lesão no joelho em partida contra o Uruguai, no país platino, que é Cis, bem antes de qualquer discussão identitária, vale frisar.

Pois bem, dias antes da desgraça o cidadão tomou um banho de pipoca às avessas, arremessada por um torcedor indignado em Cuiabá.

Veja bem, se este mesmo banho com a iguaria do milho tivesse ocorrido na Bahia, por autoridades espirituais em São Lázaro e São Roque, versa a crença que, fatalmente, o atacante brasileiro estaria purificado e livre de mazelas como a que o acometeu.

Fato é que o torcedor cuiabano cometeu um sacrilégio ao macular uma das crenças mais seculares desta Terra Brazilis.

Neymar, banho de pipoca? Só na Bahia, meu parça!

Mas, a coisa mais louca, a maior entropia universal (a vocês que não manjam de física quântica, astronomia, astrologia e cartomancia, isso nada mais é do que desordem da bagaça toda) está neste movimento fraterno cristão-judaico.

Sim, ó cara pálida, ninguém acha que o tal sionismo-cristão nasceu hoje, ou ontem...

Mas, como diz meu amigo Franciel Cruz, “agora a zorra ficou séria”.

O negócio adquiriu ar de exército, militarismo a todo vapor, somado com o perfil de seita do neo-pentecostalismo brasileiro é de atemorizar até o Diabo, o coisa ruim, que nada teme.

O nível de catatonia coletiva é tão grande que os símbolos do Estado de Israel viraram souvenir para evangélico, inclusive nos templos, mais que isso, no altar de algumas igrejas.

Creiam, eu vi púlpito com pastor empunhando bandeira de Israel.

Teve um deputado paranaense que levou o estandarte para o plenário e fez discurso contundente em prol do povo israelense, demonizando, como toda narrativa oficial, de imprensa etc ocidental, os palestinos, árabes...

Ao fundo da manifestação circense do deputado, nas galerias, um movimento adesista ao parlamentar exibia faixas contra aborto, contra a descriminalização das drogas e pela família.

Ainda bem que tinha um sopro de lucidez na casa, personificado no profeta negro, que reestabelecendo a verdade universal avisou aos incautos que, lá em Israel é permitido abortar e fumar um baseadinho, livremente.

E olha que o profeta, anunciador dos tempos naquele recinto, nem lembrou aos desavisados ali qual a relação entre os judeus e o Jesus Cristão!!

Aí seria o Apocalipse!