marcosthomazm
Curtinhas da Copa 2
(Uma mistureba de análise do campo e extracampo)

PÁRA RAIO DE TRETA
O “menino Ney” parece complicar as coisas até por vias indiretas. Diante de vitória imponente do Brasil sem brilho do astro maior, dividiu os holofotes com a festa o seu choro e drama pela lesão. Sem minimizar a dor do cidadão, mas podia ter uma postura mais coletiva.
Mas efeito pior foi de Raphinha, titular da seleção de Tite. Como um Neymarzete do campo fez uma postagem afirmando que “o Brasil e os brasileiros não merecem ter o Neymar”. A referência era atacar supostas torcidas pela saída de Neymar do time e da Copa. Ora, ora. Em plena Copa do Mundo, após ótima impressão em estreia, clima de reaproximação com torcedores desafetos e símbolos, o boleirão me sai com essa atacando o próprio país para blindar o amigo incontestável? Menos Raphinha, bem menos. E Neymar, se não puder ajudar com seu inegável talento em campo, tenta não atrapalhar com seu ego e escapismos fora.
VOCÊS VÃO TER QUE ENGOLIR...
Recadinho aos corneteiros de plantão e aqueles que só ligam na copa para queimar a seleção (tudo bem não gostar da seleção, mas espírito de porco enche o saco): o Brasil teve a melhor estreia dentre todas as seleções do mundial. Das campeãs foi a que teve adversário mais difícil e fez um jogo equilibrado em todos os setores. Sólido na defesa, dominante no meio e insinuante no ataque. Após um primeiro tempo hesitante, nervoso, de encaixe, desmontou o time dos Bálcãs no segundo tempo. 2x0 com direito a golaço do “Pombo” (sem dúvidas a figura mais carismática desse grupo) , duas bolas na trave, uma infinidade de chances e um carrossel ofensivo “pra cima deles”. Tite ainda fez questão de “botar as cartas na mesa” e rodou quase todas as opções da frente, mantendo intensidade e qualidade e apresentando a todos a força do elenco brasileiro. Coletiva e individualmente a seleção foi impecável. E, apesar do brilho de Richarlisson com dois gols, Casemiro foi o "monstro" em campo. Além de ter sido o que mais correu, teve um poder de marcação intenso (com botes instantâneos na recomposição, ataque no corpo, atalho de campo), passes precisos, até uma linda finalização no travessão. ,Jogador completo.
BOLA NA TRAVE NÃO ALTERA O PLACAR
Com menos de um terço dos jogos disputados esta copa já teve mais partidas terminadas sem gols que toda a edição de 2018. Nada menos que cinco partidas das 20 finalizadas até aqui terminaram zeradas. A última foi entre Inglaterra X EUA. O placar broxante é o mais repetido no mundial. Quase 25% do total de jogos realizados até aqui.
Por falar em zero a zero... Quase metade dos brasileiros ficaram na bronca com o duelo UruguaixCoréia do Sul. Não pelo entendiante 0X0... A queixa dos flamenguistas é pela não entrada do ídolo Arrascaeta, quase um Deus Uruguaio pelas bandas da Gávea, mas com inexplicável histórico de desprestígio no elenco celeste. Depois da choradeira pela ausência de "Gabigol", não ver "Arraxxxxxxca" em campo causou xilique, deu crise de abstinência na maior torcida do país.
LEI DO EX??
A Copa do Mundo registrou um "crime de lesa-pátria". Um camaronês foi autor do gol da derrota contra o país de origem. Mas, calma, não se trata de um gol contra, aquela tradicional tragédia futebolística! O fogo amigo foi além. Embolo (se pronuncia Embolô) joga pela Suíça. Ele nasceu e viveu em Camarões, mas ainda criança se mudou para o país europeu. Escolheu defender as cores suíças e se tornou o primeiro jogador naturalizado a marcar gol contra o seu país de nascimento na história das Copas. Tentando "simular" algum respeito às raízes, o atleta não comemorou o gol, mas o mea culpa não funcionou e ele, oficialmente, é persona non grata em solo camaronês. Desterramentos e brincadeiras à parte, o gesto do camaronês exponencia a globalização do mundo da bola, cada vez com mais jogadores naturalizados. De radicados, identificados com países em que foram acohidos a quase "contratados" como o caso do Catar e seus atletas "importados".