Duelo de Titãs - Goku, eu e o Ben em um debate espacial

Proto-Terra.

Matéria, anti-matéria.

“Nós somos uma poeira estelar”.

Havia algo diferente ecoando da TV naquele instante.

Fui conferir.

Era, realmente, o caçula assistindo a documentário sobre formação do universo e teorias afins.

Uma surpreendente pausa em Enaldinho, outros trocentos youtubers, dicas de Minecraft, Goku e alguns similares modernosos.

Ufa.

Não disfarço a surpresa e largo:

-Rapaz, finalmente você assistindo alguma coisa de futuro. Aí sim, gastando curiosidade e tempo na frente da tela em algo útil.

Pausa para lembrar a mim mesmo que Benjamin tem apenas seis anos de idade.

Sem titubear, o infante, com a personalidade e atrevimento peculiar, rebate:

- Você nem entende disso, pai. Tudo o que te pergunto sobre natureza você enrola e diz que vai pesquisar...

Receba na cara, pai!

Admito minha mediocridade em fenômenos cósmicos e espaciais.

Quase um ET!

A porrada filial me fez refletir acerca do meu conceito de “besteirol”, inutilidades infantis em outras ocasiões com o próprio Benjamin.

Logo me lembrei do dia em que ouvia Titãs no carro, ansioso pelo show de reencontro dos dinossauros do rock brasileiro.

Tocava alguma música do disco Jesus não Tem dentes no país dos Banguelas e em determinado momento Ben teve a audácia de dizer que “aquilo é do Dragon Ball Z, quando Goku faz isso e aquilo”.

Eu tento confirmar se ele está afirmando que aquele trecho da música havia sido retirado de algum efeito sonoro de Goku!?!?!

Ele confirma.

Eu rebato, bem além de questões artísticas, tentando apelar:

-Sabe de quando é essa música? Esse seu personagem com nome estranho aí nem existia.

Ele pergunta de quando é a tal música.

Encho a boca e cito o ano:

-1987

Ben, do alto de seu metro e vinte, se agiganta e dispara:

-Goku foi criado em 1984, é mais antigo e melhor que qualquer coisa desse seu “Titãzinho” aí...