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O BURACO DA FECHADURA

rabiscos, escrevinhações, achismos e outras bobagens

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  • Foto do escritormarcosthomazm

Este ano meu coração também é tricolor!


Calma, juventude, não é bem isso que aparenta.


Tenho princípios e fidelidade a meu rubro-negro baiano.


A questão é que, com o passar dos anos, a idade avançando e a paixão pelo futebol inabalável (mais ou menos), mesmo com tudo tão moderninho assim...


A maturidade (falo maturidade, não idade, ó velhos ranzinzas), ao passo que nos torna mais equilibrados, diria até tolerantes, também tende-devido ao saudosismo de vivências extraordinárias, memória afetiva e etc- a romantizar épocas passadas.


No meu esforço de atingir este tal status de homem maduro também sofro de ambos os sintomas.


Prova desta minha jornada rumo a evolução é o futebol, aquele único fenômeno que tem salvo- conduto para fugir da moral e ética humana.


Vejam, incrédulos:


Neste ano da graça de 2023, resolvi reservar um pouquinho do meu corpo vermelho e preto para também ser “tricolor de coração”.


Antes das agressões, ofensas geracionais (deixem Mainha fora disso) e toda espécie de maldição, explico...


Futebolísticamente falando, esta linha evolutiva pessoal, me concedeu maior diversão com o esporte ao ver o jogo em outra dinâmica, além dos muros da minha paixão.


Coisas da maturidade, que nos livra de amarras convencionais.


Admito que consigo ter real prazer e admiração com equipes, que não o meu Vitória.


Uma espécie de voyeurismo, apenas!


Em alguns casos, confesso a traição...


Chego, por exemplo, até a vibrar com vitórias, conquistas de outras agremiações por questões relacionadas a mérito desportivo, engajamento de torcida, ou mesmo o desempenho esportivo extraordinário em determinado período.


Mas tudo sem envolvimento sentimental maior, vale frisar.


Adianto logo que, “avacalho dentro de limites”, se é que isso é possível.


A questão é que, atualmente, este equilíbrio entre maturidade, liberdade , emoção, razão ultrapassou algumas fronteiras.


Me rendi a uma magia em três cores.


Logo isso, três cores reunidas, o maior ultraje terreno?!?!


Mas, alto lá.


Nem ouse insinuar algo relacionado aquela alegoria tricolor de abadá de carnaval baiano...


Já disse que há limites para a profanação.


Como diria o gênio Rodrigues, este pecado, fatalmente, seria castigado.


Ah, é “Toda nudez será castigada”, avisa o atento pecador.


Bom, mas não vou perder a citação e de todo modo seria punido.


Pelos deuses da bola, ou aqui mesmo nesta esfera.


Vermelho, azul e branco misturados, embaralhados só me remete a trevas.


Sai pra lá coisa ruim!


As três cores responsáveis pela atual e passageira poligamia da bola são cariocas.


Curiosamente, o mesmo time do citado Nelson Rodrigues, o “Anjo Pornográfico”, que, mesmo vendo o futebol embaçado por seu problema de visão, o descrevia mágico.


Mas eu ando enxergando muito bem, graças ao óculos, é verdade.


Fato é que não há nada mais belo, empolgante no futebol brasileiro, há tempos, do que o Fluminense!


Eu, que cada vez consumo mais futebol pelo extra-campo (cultura, história,organizações), que nos gramados, voltei a sentir prazer com a bola rolando.


No Brasil, hoje, há o futebol praticado pelo Fluminense e o esporte jogado pelos outros.


Como é bonito ver um time senhor das suas ações, equilibrado em todos os setores, convicto do estilo, independente da circunstância.


Mas, antes de falar do fundamental, primordial trabalho do treinador Fernando Diniz nesta equação, vale ir além neste exemplo raro de combo exitoso em várias frentes.


Gestão moderna (saneamento fiscal, otimização de recursos, inteligência), olhar humano (aproximação com o torcedor, valorização da história, ídolos etc). Tudo isso sem ainda ser SAF, a tal vedete da vez.


Lógico, essa governança, sem resultado em campo (e aqui não falo apenas de título e sim de jogo) nada valeria, ou melhor não apareceria...


Fernando Diniz é, disparado, o maior técnico brasileiro em atividade.


Aos que querem condicionar reconhecimento a resultado, nem valem a minha atenção.


Qual o orçamento de futebol do Fluminense em relação aos outros gigantes brasileiros? Qual elenco Diniz pegou para fazer o “time jogar por música) ? Hoje, com rendimento geral em alta, é fácil apontar bons talentos no Fluminense, mas quantos queriam Felipe Melo e Fábio (quarentões caros)?? quem era André e Alexsander? Samuel Xavier e Lima eram atletas desprezados pelo Sul-Sudeste. E por aí vai...


E o homem ainda é psicólogo, faz gestão de pessoas, neste terreno que automatiza homens, transforma-os em máquinas comerciais, caixas registradoras em alta-rotação!


Dito tudo isto, venho ao confessionário e antes mesmo de pagar a penitência devida pelo adultério, já adianto que estou de consciência tranqüila e absolvido pelo pecado.


Torcer pelo Fluminense de Diniz hoje é torcer pelo futebol brasileiro de agora e do futuro!


*Texto dedicado a minha Vozinha, que é tricolor, além destas aventuras.

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