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O BURACO DA FECHADURA

rabiscos, escrevinhações, achismos e outras bobagens

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  • Foto do escritormarcosthomazm

Eu, em uma festa irlandesa na mesa brasileira!


Você pode até me chamar de ateu, acusar de herege, mas com meu corpo fechado nem ligo pra maledicência alheia.


O que não nego é que não sou devoto de santo nenhum.


Não tenho um beatificado pra chamar de meu protetor.


Não carrego espada de São Jorge, nem fico sob o manto de Nossa Senhora , quiçá me debando até o Juazeiro para venerar a estátua do Padim Ciço!


Perdão se decepciono esse povo de fé inabalável.


Acho até bonito quem se liga tão transcendentalmente com seres celestiais.


Uma galera escolhida, que fala a língua dos anjos...


Agora o que não engulo mesmo é esse charlatão aí do Patrick.


Não aquele amigo do Bob Esponja, mas um senhor irlandês.


Reza a lenda que trata-se de um ruivo secular que de repente resolveu pagar de Baco aqui pela Terra Brasilis.


Veja vocês... de repente, “do nada do nadão”, é Festival St. Patrick pra todo lado e todos os gostos.


Sei lá, como um navio pirata britânico emergindo, sorrateiramente.


Um Jack Sparrow salteador avançando sobre outras terras.


Cerveja e adereços verdes.


A parte etílica muito me agrada.


Afinal, cerveja é bom e a gente gosta, lá na Irlanda, ou aqui, hoje ou no tempo desse tal Patrício aí.


O que não embarco é nesse imperialismo cultural anglo-saxônico sem pé nem cabeça.


Irlanda? Que danado temos a ver com essa terra do povo de cabelo e pentelho vermelho?


-Ah, mas você gosta do U2!!


-“I Will follow”


E nem falo dos simbolismos culturais made in USA.


Ali, pro bem e pro mal, gostemos, ou não, é fenômeno exportador de tendências em escala global.


O imperialismo Yankee já nos empurrou goela abaixo o tal de Halloween- dia das bruxas, até futebol americano se joga na praia aqui.


Coisa de brasileiro.


A gente já meteu purê, ate carne moída, no cachorro quente.


Quem dirá colocar bola oval no buraco da areia?!?!


“Lá ele”.


Bagunçar os elementos é o que vale.


Voltando ao tal Patriquinho meio bretão...


Na real é fácil supor que essa “festa estranha com gente esquisita” chegou aqui via EUA também, afinal já é tradição há tempos nos países de língua inglesa em geral.


Daí para nossas franquias de cursos de línguas e habituès de Miami e afins espalharem na high society brazuca foi um pulo!


Mais impressionante, aliás paradoxal, é a reflexão a seguir: foi o tal imperialismo do Tio Sam que transformou em "comida de PF brasileira" o Yakisoba, ou Chop Suey chinês, por exemplo.


Quem diria, mas a febre culinária da China no Brasil, jamais seria possível sem exportação americana.


“China in Boooox!”


Assim como o sushi e seu campeão de vendas aqui mergulhado no cream chease, flambados e batizados de Califórnia, Philadelfia, Hot Roll etc.


E esse converseiro todo me deu sede.


Passa minha cerveja pra cá e vamos celebrar esse Sr. Patrick aí.


Haja fé no lúpulo.

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