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O BURACO DA FECHADURA

rabiscos, escrevinhações, achismos e outras bobagens

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"Moradia popular em propagação"


Quinze metros quadrados.


Um vão de 3x5 metros com um espaço principal e um cubículo no canto para as necessidades especiais.


Esta é a dimensão de moradias populares, que estão sendo construídas em Campinas.


Obra com recurso e assinatura pública.


É da Prefeitura para o povo.


No estilo: “estamos dando. Vocês querem mais o quê?”


Aquele pensamento padrão do liberal brasileiro.


Uns benfeitores que promovem o bem-estar geral, propiciam desenvolvimento e geram renda pelo bem da Nação.


Abnegados.


Tipo o que pensa que dar emprego é favor de patrão, mesmo pagando sub-salário em condições degradantes.


Poderiam alegar que eu não tenho lugar de fala no referido Conjunto Habitacional lá das bandas de Sumpaulo, visto que os beneficiários, egressos da Ocupação batizada Nelson Mandela, estariam satisfeitíssimos, segundo carta oficial do movimento.


No texto alegam, dentre outras coisas, que “era isso, ou nada”.


Bem, retornamos assim ao “pão e água pra esse povo sofredor” como diria o filósofo socialista da Axé Music, Zé Paulo.


Nem vou entrar no mérito de defesa da classe, representação de categoria e coisa e tal, tantas vezes solapadas por acordos escusos e transações nebulosas...


A Associação que representa os contemplados gostou e eu nem tenho propriedade no caso em questão para falar destas “migalhas”.


Mas, como dizem os fiéis: a Bíblia é clara, ou seria Arnaldo com a regra é clara?


Pela dúvida, sigamos...


Fato é que lá no primeiro evangelho do Novo Testamento está escrito: “Não se pode servir a dois senhores...” já dizia Matheus, o Apóstolo.


Nem sei se é o caso, mas alguma coisa está fora da ordem, como tão bem ecoou a divindade baiana, Caetano Veloso.


Difícil encontrar legitimação para uma patifaria dessas.


Repito: 15 metros quadrados.


Para ter uma noção, pega a trena aí e mede a sua sala.


É pra obrar tomando banho.


Até a ONU, aquele órgão, às vezes decorativo, às vezes efetivo, considera mínima condição de dignidade de uma moradia a que possui, pelo menos, três cômodos.


DIGNIDADE!


O mesmo valor ausente a centenas de milhares, milhões de outros brasileiros que não possuem sequer onde morar.


Apenas na capital paulista, mesmo estado dos cubículos acima descritos, a quantidade de imóveis desocupados é de quase 20 vezes a de pessoas vivendo nas ruas.


Como fecha esta equação?


Espaços fechados, inutilizados, a maioria há décadas, enquanto cidadãos e cidadãs sobrevivem, ou morrem ao léu.


-A culpa é do MTST!


Regurgita o indignado classe média brasileiro pagando em 30 anos, seu apartamento já desvalorizado de dois quartos, com juros a 5% ao mês.


Todo mês amortiza menos débito real e paga mais juros.


-Estes baderneiros... O comunismo vai colocar uma família pobre dentro de cada casa de família.


Responde o outro assalariado que mora em casa decrépita de herança familiar, que não tem qualquer extra para fazer uma reforma desde que a herdou.


Como explicar a nossos filhos esta ilógica natureza cotidiana da humanidade?


“E a população REAL convive em harmonia normal, faz parte do dia a dia, banheiro, cama cozinha no chão. Esperança, fé em Deus, ilusão!!”

Nação Zumbi

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