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O BURACO DA FECHADURA

rabiscos, escrevinhações, achismos e outras bobagens

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“Não é só pelos trinta centavos”


Quando o Brasil explodiu e descambou nesta patifaria o prejuízo era de 20 centavos.


“Não é apenas pelos vinte centavos”, bradava a turba nas ruas.


O protesto inicial de estudantes e usuários de transporte público em São Paulo era, originalmente legítimo, óbvio.


Mas não demorou e aquilo se espalhou pelo Brasil, virou a “pauta” de todo mundo, mesmo quem não sabia dizer porque estava ali, mas era levado pelo instinto “eu também quero reclamar”.


Não que faltem motivos, razões para protestar nesta zona nacional, mas aquela já não me cheirava bem à época.


Movimento geral, difuso, contra tudo, efeito manada, é terreno fértil para oportunistas e canalhas de plantão.


A gente viu onde veio parar, desde 2013...


O tempo passa, o tempo voa, mas as necessidades e algumas “várias queixas” brasileiras, dos brasileiros permanecem as mesmas...


Já está vigorando em João Pessoa o novo valor da passagem.


Saiu de R$ 4,40 para R$ 4,70.


Trinta centavos de reajuste, exatamente a diferença de valor entre o cobrado no transporte público da capital paraibana e da maior metrópole brasileira, São Paulo.


Aquela mesma megacidade, epicentro do caos há uma década.


Nem precisa de fita métrica, régua, ou calculadora para chegar a conclusão óbvia que não há lógica no fato da passagem aqui ser mais alta que lá, apenas se relacionarmos fatores como extensão de trajetos, poder aquisitivo entre populações etc.

E olha que lá, nas bandas de Sumpaulo tem várias outras modalidades de integração com outros sistemas de transporte público.


Inclusive, na Terra da Garoa se cogita a tarifa zero universal que, por sinal, já existe em dezenas de outras cidades brasileiras, vale avisar aos incautos.


É um sistema de acesso gratuito ao transporte público extensivo a toda a população.


Acredite, este modelo existe, inclusive em cidades nordestinas, e é viável.


Mas essa paranóia delirante de passagem gratuita em território pessoense é papo para outra paragem.


Vamos ao palpável...


O que está ao alcance das mãos, digo, o que salta aos olhos, aqui na boa Jampa é que fica difícil fazer o usuário aceitar qualquer aumento de tarifa sem revolta!


A explicação é bem simples para o usuário freqüente, eventual, esporádico e até para um simples observador do sistema de transporte público da capital paraibana.


O serviço é caótico, ineficiente, beira o medíocre, se já não o for.


Assim como 99% dos municípios brasileiros, afinal transporte público é um gargalo histórico nacional, mas vamos “a parte que nos cabe neste latifúndio”.


Lembro que nos meus primeiros dias em João Pessoa reinava o slogan de segunda frota mais nova de ônibus do Brasil, hoje até os veículos estão sucateados, desconfortáveis, sujos.


Que saudades do Ligeirinho!


Sem falar na logística catastrófica atual...


Poucos ônibus, demoras castigantes, linhas, simplesmente desativadas, deixando verdadeiros bolsões populares ilhados.


Isso tudo em uma cidade que tem nas linhas de ônibus o único transporte público ligando bairros, já que Metrô, BRT, trem bala, aerotrem, nave espacial e qualquer outra sigla é uma utopia de longa data.


Os trens urbanos, apesar de ligar 4 cidades, se restringem a uma rota menos densa e específica.


Nem o Terminal de Integração escapou ao desmonte, ainda na gestão anterior.


Aliás, vale frisar que a depreciação do sistema vem de tempos...


Seguindo a lógica da maquinização e exploração máxima do trabalhador extinguiram a figura do cobrador.


Agora motorista, além de dirigir, manobrar porta, orientar passageiro e se estressar no trânsito, também tem que contar moeda enquanto passa a marcha!?!?


E aqui vale o alerta ao Conselho Nacional de Trânsito: pode dividir atenção com trânsito, enquanto conta troco, segura “prata”, estica mão, olha para o lado, para trás?


Infelizmente, é de conhecimento geral os impactos durante e após a pandemia, com redução drástica de usuários e consequentemente receita, entrada maciça de serviços de aplicativo.


Além da natural inflação e aumento de insumos mas, na visão do consumidor é difícil justificar tamanho aumento da tarifa de ônibus em João Pessoa.


Menos ainda retira do setor a necessidade de se estruturar em melhor prestação de serviço para ampliar número de passageiros privilegiando o deslocamento coletivo.


Sem contrapartida de qualquer melhoria, ao contrário, retrocesso, os estudantes reivindicam é redução do valor cobrado e já avisam:


“Nada de apenas 30 centavos.... a menos”

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