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O BURACO DA FECHADURA

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Na era Bolsonaro até a polícia é jogada contra a sociedade


De repente a morte de dois policiais rodoviários federais começou a ser utilizada como instrumento de legitimação da truculência policial.


Pense no disparate!?!


Seria como se o triste, absurdo assassinato de agentes da PRF no Ceará inflamasse a corporação, forças de segurança e “cidadãos de bem” por todo o Brasil.


E assim, se justificasse torturar e matar, sadicamente, um motociclista dentro de uma viatura a mais de mil quilômetros de distância, mais especificamente no estado de Sergipe.


E se ainda, no meio de tudo isso a PRF fizesse questão de participar da operação sanguinária, que deixou 23 mortos em uma comunidade carioca??


Já imaginou??


Repito, a Polícia Rodoviária Federal agindo em missão de confronto em zona urbana, longe das BRs?!?


E se tudo isso não fosse uma distopia, mero resquício imaginativo destas mentes doentias que acham que violência se resolve com mais violência?


É difícil acreditar, mas eu, você, todos nós sabemos, que tudo isso ocorreu aqui neste Brasil de Bolsonaro.


O passador de pano já levanta da cadeira e resmunga:


-Tudo é culpa do Bolsonaro, agora.


Tudo não. Tudo é coisa demais e um ser menor desses não pode ser onipotente, jamais.


Mas boa, principal parte da barbárie nacional hoje é sim do que representa o bolsonarismo (incluindo você) e suas ações diretas.


Foi o ainda parlamentar Bolsonaro, na longínqua década de 90, quem afirmou que determinadas ações se justificam “mesmo que morram inocentes”


Ora, o que é o conceito geral difundido e, infelizmente, replicado, incorporado e colocado em ação pelo comando das forças de segurança brasileiras??


Truculência e ação ostensiva em favelas, comunidades, violência e até morte de meros suspeitos etc e tal...


E não é de hoje, claro.


Mas com um líder da nação estabelecendo como diretriz e política de governo a violência desenfreada, onde podemos parar?


Uma pausa apenas para lembrar que Bolsonaro é aquele que diz: “minha especialidade é matar”.


Que comanda um governo que demoniza Paulo Freire, mas estampa, despudoradamente, um slogan que versa que “povo armado, nunca será escravizado”.


O que liberta um povo é educação, informação, conhecimento, justiça social...


Não armas em larga escala. Armas matam.


Essas bandeiras bolsonaristas representam nada mais do que a institucionalização do “se tiver que morrer alguns inocentes, que morram!”


O bolsonarismo se alimenta e só dissemina ódio, conflito, caos social, aprofundamento de tensões.


Armamentismo desenfreado.


Um milhão de novas armas nas ruas sob sua gestão e permissividade de acesso ampliada através de inúmeros decretos.


Aonde vai parar este excedente bélico? Meio óbvio, não?


Mas, aquele policial ainda teima em acreditar que o bolsonarismo zela por ele, enquanto arma o inimigo.


Natural até essa premissa de mais violência ser encampada por comando, direção das polícias, afinal falamos de cargos de confiança, alinhamento geral com o abominável presidente e seus pensamentos sociopatas.


Lembra da nota da PRF após o claro, nítido episódio de assassinato de um cidadão comum por agentes em Sergipe?


Nada mais que uma antecipada e injustificada defesa dos policiais. Corporativismo que, na prática, neste caso específico, coloca uma instituição fundamental contra a população.


Nessa estratégia de montar discurso para contaminar toda a corporação, ou corporações, o que mais assusta é ver essa falácia ser introjetada e replicada pelos próprios agentes de segurança.


Há uma proliferação perigosa desse instinto “nós contra eles” entre as polícias brasileiras.


Lógico que isso não se traduz em totalidade, mas é latente a dimensão que atinge e continua a tomar forma nesse recrudescimento entre métodos.


Sem se aperceber é como se estivessem vendo o cidadão comum como seu inimigo, enquanto o senso, como missão básica da escolha profissional, devesse ser o de total proteção.


Pipocaram nas redes sociais postagens sobre a culpa da morte dos policiais estar relacionada a uma leniência, civilidade na verdade, no trato com suspeitos.


Vejam só, é quase se eles devessem chegar atirando pela simples suspeita de que eu fosse um bandido, ou pudesse matá-los sem qualquer indício para isso.


Até isso o bolsonarismo está conseguindo deturpar: a missão de um agente de segurança.


É inerente à profissão o risco, maior exposição, senso de proteção social.


Queremos um policial totalmente exposto, “peito aberto”, sem poder de reação?


Nunca, mas, por natureza direta, sempre estará mais passível do risco que a população geral, sem demagogia, devemos todos admitir.


Agora, diante de episódios como o do Ceará, “esticar a corda”, se aproveitar para remontar o discurso de abordagens mais violentas é de um oportunismo covarde.


Trazer essa tensão social para o dia a dia, indiscriminadamente, colocando em risco toda e qualquer pessoa nas tais “áreas suspeitas”, é o caminho?


Naturalizar o entendimento de ostensividade nas comunidades periféricas, abordagens truculentas contra “mal encarados”, via de regra negros e pobres, sem qualquer indício além é a solução??


Sim e também fazemos côro em uníssono a necessidade de melhores condições, soldos, qualificação constante e assistência diversa aos policiais.


Duvido qualquer cidadão não ser simpático a esta causa.


Somos o país com a polícia que mais mata e também a que mais morre.


Esta equação não se resolverá, jamais com mais armas para todos, mais violência, ou a excrescência chamada “excludente de ilicitude”.


Parem de repetir a ladainha de que não há “cobertura”, amparo legal no poder de reação à altura da ameaça policial!


Onde está escrito que a polícia não pode reagir com força proporcional à criminalidade? Inclusive sendo letal quando exposto a tal condição contrária?


Já existe este dispositivo.


O que há neste projeto de “Excludente de ilicitude” é uma declarada, manifesta licença para matar.


O Brasil não precisa de justiçamento, seja popular, ou oficial.

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