marcosthomazm
O broxante Brasil "independente"

O ano é 1972. Celebração dos 150 anos da Independência.
Os restos mortais de Dom Pedro I percorrem várias cidades brasileiras, dentre elas João Pessoa.
Eu desconhecia este fato, até a revelação em conversa com o amigo historiador e professor, Angelo Emílio.
Avanço no tempo, editor...
Setembro de 2022. O grande “astro” da festa do bicentenário da Independência é o coração do primeiro Imperador brasileiro.
Qualquer semelhança entre os atos passa longe de ser mera coincidência.
Lá uma DITADURA militar. Aqui, um governo de malditos milicos, desejando ser aquela.
Lá eram anos de chumbo do Regime, governo Médici, maior marqueteiro entre os comandantes da época. Tempos de “Brasil, ame-o ou deixe-o”.
Aqui, disparado o governo mais antidemocrático desde a redemocratização, que intervêm órgãos de fiscalização. Tenta até aparelhar Supremo . Instituidor da milícia digital oficial, aparelhador e municiador do maior sistema de Fake News da história política nacional.
Mas, além de toda a mediocridade, canalhice e farsa que unem o bolsonarismo ao tempo do Regime Militar no Brasil, nos atenhamos ao simbolismo de utilização de “partes” de Dom Pedro I.
É a exposição total da mediocridade institucional, falência do Estado no tempo em que mergulhamos.
Uma total bizarrice.
Esse tal patriotismo, civismo medieval.
Amor a pátria representada em cores desbotadas.
A história resumida a narrativa oficial, elitista, conservadora.
Mitificando falsos heróis, criando mártires, encobrindo verdades históricas para “manter tudo como está”.
A figura do “mito” representada por um coração solidificado.
Aquilo que não pulsa, não tem vida, quiçá sentimento.
Nada mais emblemático e representativo ao que é o Bolsonaro, as ideias e posições que defende.
Liberdade defendida por armas e contra livros, conhecimento e educação.
Armas, aquelas que matam, sendo símbolos de Independência.
Como dizia uma faixa no arco da Lapa, no Rio: “Independência é um Brasil sem fome”.
Difícil crer que um país que celebra 200 anos de um marco de independência com estes atores, estas simbologias tenha muito o que comemorar.
Definitivamente, se você não “broxa” com Bolsonaro (assim mesmo com X, que é a forma chula a que ele faz referência) , a disfunção mental, ou de qualquer natureza humana, está em você.