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O BURACO DA FECHADURA

rabiscos, escrevinhações, achismos e outras bobagens

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  • Foto do escritormarcosthomazm

O suco preconceituoso que escorreu na Copa do Mundo de Futebol Feminina

Atualizado: 17 de ago.


Que a arbitragem brasileira é caótica todo mundo sabe... aqui e além-mar.


Agora o que as jogadoras suecas fizeram ontem com a árbitra brasileira, Edina Alves Batista, está muito além da performance em campo.


É o puro suco do eurocentrismo e preconceito.


“Estou enojada!”


“Eu não entendia nada do que ela falava”


Vamos contextualizar.


A árbitra brasileira apitou a semifinal da Copa do Mundo de Futebol Feminino entre a indignada Suécia e a Espanha, que venceu o jogo por dois a um.


Após a partida, o lamento da eliminação sueca foi todo direcionado a arbitragem, mesmo tendo apenas um lance envolvido em grande polêmica: um gol das espanholas validado pelo VAR.


Vendo a revolta das nórdicas imaginava um prejuízo direto, explícito cometido pela apitadora brasileira!?!


Mas, observando atentamente, logo percebi que se tratava apenas de um subterfúgio com pinceladas de xenofobia.


“Ela falava com as espanholas na mesma língua”.


É a adaptação boleira daquela percepção social quase global de associar Brasil a salsa e outros expoentes terceiro mundistas festivos, sacolejantes, brilhosos e afins.


Ô Jackson ensina aí a esse povo que samba não é rumba, no caso flamenco.


Dia desses vi um vídeo em que Wagner Moura cercado de astros hollywwodianos chocava a todos ao declarar que falava-se português no Brasil.


Uau.


As suecas, cheias de “nojinho”, diziam que as línguas portuguesas e espanholas eram a mesma coisa.


Um dialeto qualquer e comum destes povos selvagens aí..


Vejam bem, é obrigatório, condicionante a árbitros FIFA domínio básico do inglês e espanhol, mas claramente não era essa a questão, até porque as galegas nobres falam inglês fluente, como praticamente a totalidade do povo sueco...


Mas, pior, pior mesmo é ver este discurso escapista e preconceituoso reverberar aqui nesta terra de palmeiras.


Logo as redes se encheram de porradaria à senhora Edina Alves.


Oportunidade ímpar para o brasileiro médio exercitar duas de suas preferências: futebol e misoginia.


Xingar juiz de futebol e querer determinar lugar de mulher.


O futebol sempre ensina e reflete a sociedade, mesmo que seja expondo nossas distorções e deformidades.



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