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O BURACO DA FECHADURA

rabiscos, escrevinhações, achismos e outras bobagens

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PAREM AS MÁQUINAS, POR FAVOR...

“Eu, tinha tudo para ser feliz... Segundo grau completo, Curso de datilografia...” (Totonho)



Foto: Internet

Sempre fui atrasado, desatualizado em relação as novas tecnologias! Aquele que era tradicionalmente o último a aderir a determinada rede social (nunca tive Mirc, por exemplo, acreditem!?!?!), o resistente a utilizar um pioneiro recurso ultra moderno e por aí em diante... A pouca afinidade com o universo eletrônico vem de berço. Nunca fui lá muito interessado por desenho animado, mesmo já gostando e consumindo histórias em quadrinho, gibis, por exemplo. Minhas aventuras de verdade estavam nas brincadeiras de rua: bola, pipa, gude, bicicleta e todas estas coisas do universo interiorano de antigamente... No videogame minha relação era mais uma tentativa de acompanhar meu irmão mais velho, do que alguma atração pessoal. E após retumbantes fracassos nas fases iniciais de qualquer jogo, a experiência passava a se restringir aos jogos de esporte (quando não resumido a games de futebol... do Atari, depois o incomparável International Superstar Soccer até PEs, Fifa etc-nestes eu ainda conseguia/consigo fazer alguma gracinha...)!


Esta inabilidade natural, mesmo em menor escala, se perpetuou na vida adulta, quando cada vez mais as máquinas tomam conta do nosso cotidiano. Por opção, ou puro ranço, não tenho aplicativo de banco no celular, não sei e pouco me importo em manusear um décimo dos recursos e ferramentas disponibilizados por algumas redes sociais e sou daqueles que perguntam ao filho, esposa, amigos o que fazer em situações simplórias de uso do Spotify... Bem, ainda assim, mesmo aos trancos e barrancos estou inserido neste meio virtual e sei que há pessoas muito menos desenvoltas do que eu (quanto conforto com a burrice alheia maior que a minha rsrs). Ó maldita inclusão digital...


Primitivismo a parte, reconheço e acompanho com a comum curiosidade geral as novidades tecnológicas, afinal sou bisbilhoteiro por essência humana e jornalística. Nesta linha acho admirável, inevitável e, admito, usufruir de muitas das facilidades que os avanços da tecnologia nos proporcionam. Mas confesso andar bastante atormentado com algumas facetas destas mudanças cada vez mais aceleradas e desmedidas. Longe de tentar criar o cenário apocalíptico de Huxley, Orwel etc trato do tangível, de fenômenos que já irromperam e começam a afetar questões básicas do nosso dia a dia, como por exemplo, as profissões.


A ascensão e quase total domínio das redes sociais sobre nossa forma atual de comunicação, difusão de informação, em muitas e venais vezes, tem desconstruído campos do saber empíricos, baseados em métodos, para fazer emergir toda espécie de “sabe tudo”. O novo fenômeno midiático traz a reboque a figura do internético entendedor de nada, mas “pitaqueiro” de qualquer coisa. Sabe aquele cidadão que saca tudo de redes virtuais, mas nada mais de qualquer outra seara?? Pois bem, a questão é que além do vazio conceitual e opiniões ocas espalhadas a esmo na internet, a atividade vai ganhando força no mercado convencional de trabalho e status de profissão.



Foto: Internet

E o pior... Dia desses acompanhando matéria sobre estes megaeventos de negócios, Fórum (para ser mais pomposo), me deparava com uma lista de profissões em vias de extinção. Até aí normal, afinal o encerramento de algumas funções está nos autos da história desde que o mundo é mundo. A questão central é que neste tal mesmo evento, Ceos, Consultores, Coachs e entendidos gerais cravavam os mídias sociais (ou que nome queiram dar aos badalados social medias, digital influencers...) como profissionais do futuro!?!?!


Há uma esquizofrenia geral, uma obsessão coletiva pela valorização do conhecimento virtual, tomando como base apenas sua penetração, poder de alcance e extensão, mas em detrimento de conteúdo efetivo. É a institucionalização do desconhecimento!! Um monte de usuário bem sucedido de Instagram, experts em algorítimos, ases em ferramentas de busca e truques para “inflar” postagens manuseando dados e informação para perfis voltados a temas em que não possuem qualquer afinidade. Não desprezo, em absoluto, os atalhos que estes novos profissionais conhecem e abrem para vias de comunicação das empresas a seus consumidores, público-alvo, tampouco o papel imprescindível que executam atualmente como vetor da mensagem. Mas que se restrinja a isso. A atuação além deste front e anunciada supressão dos reais conhecedores de causa, como alguns especialistas apontam, traz a sensação de um monte de “especialistas em nada” gerando conteúdo, estabelecendo conceitos sobre os mais variados temas. “Quer um novo modelo de gestão?? Chama o mídia! Quer um novo plano de negócios? Chama um mídia! Quer definir novos serviços a oferecer na unidade? Chama o mídia. Quer estudar novas formas de discurso?? Chama um mídia...”

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