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O BURACO DA FECHADURA

rabiscos, escrevinhações, achismos e outras bobagens

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  • Foto do escritormarcosthomazm

“Sobre este e outros carnavais...”


Estou me guardando para quando o carnaval chegar.


Não sei muito bem o que diz esta frase em sua completude, mas sempre admirei a sua construção, possibilidades e uso em larga escala.


Serve tanto para um folião momesco inveterado, contando dias e horas, planejando cada detalhe, adereço, fantasia, cidades a visitar, blocos a seguir...


...quanto a um anti-folia, que usa carnaval apenas em um sentido metafórico de algo prazeroso a ele, a sua própria explosão de luzes, cores, festa e vibração.


Afinal, há muita energia e simbolismo no CARNAVAL, além da sua própria e reluzente festa.


Goste, ou não, independente se fere sua fé e moral, muito além do incômodo que te cause esta voluntária baderna geral, é inegável que Carnaval é sinônimo de extravasamento, transbordamento, êxtase e prazer imediato, extremo, coletivo, que se espraia, contagia.


Como bom baiano, ao primeiro olhar sobre mim, até pode ser computado o estereótipo de carnavalesco.


Nem é, nem sou, no caso, a personificação desta imagem geral...


Lógico, gosto da farra, da liberdade, da irreverência, da mulequêra (referência de “outros carnavais”) já curti a esbórnia e fui atrás do trio elétrico, em transe.


Mas, o que me encanta mesmo são estas representações extras a própria festa em si.


Tudo o que está por trás da palavra e ressignifica o “É Carnaval”!


carnavais interiores em simples gestos, olhares, conquistas.


Ei saliente, vale lembrar que “não é não”.


Sacanagem é bom, mas deixa de lascívia, que não falava daquelas conquistas físicas, carnais, carnavalescas na essência da pele, “na base do beijo”.


festas carnavalescas fora de época, em que se consegue curtir um “Bloco do Eu Sozinho” e ainda assim ser pleno.


Não atingi esta maturidade individual, nem hedonística.


Preciso estar na “pipoca”, rodeado de amigos, mas sem corda.


Não me amarra, mas “me segura senão eu caio”...


Enfim, o Carnaval bate à porta.


Na verdade, aqui na boa João Pessoa, a festa já come solta.


Folia de Rua, a tradicional prévia local está a pleno vapor.


Há uma energia diferente que permeia esta época.


Então “segura na corda do caranguejo”.


Logo mais vou embalar minha primeira festa carnavalesca do ano com o Bloco dos Imprensados.


Logo eu, que nem curto muito classismo, confraria de categoria, vou carnavalizar com os pares.


Mas a apoteose está guardada para o “Bloco dos Derrotas”, uma bagunça de uma fraternidade de algumas décadas, desdobrada em proles, lá na casa de Tiaguin, realizando o menor percurso do mundo, ainda assim se houver disposição.


Tudo isso se a minha ansiedade deixar eu esperar o “carnaval chegar”.


Afinal, como quase toda a humanidade, sofro de ansiedade.


E, no meu caso específico, tenho problemas com vésperas, “deixa o dia raiar, deixa o barco correr”.


Há uma falha no meu calendário que antecipam em um dia a saída do bloco, se é que me entendem.


Literalmente, uma micareta fora de época.


Mas chegarei a concentração vivo e a tempo de ver a escola na avenida, afinal “ensaiei meu samba o ano inteiro”.


Aos amargos com a folia alheia, já alertava o poeta: “Amanhã tudo volta ao normal. Deixa a festa acabar...”

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