marcosthomazm
Un amor "DE MUSICA LIGERA!"

Para começar a despedida da viagem “copística” largo logo que, no domingão, eu serei Argentina na final da Copa do Mundo!
Nunca imaginei dizer, quiçá viver, algo parecido!
A famosa situação “calça de veludo, ou bunda de fora”.
Antes de qualquer explicação pormenorizada deste crime contra a moral boleira brasileira, adianto que não há a menor chance de fazer papel de hermano tupiniquim.
Aquela espécie estranha que se veste de albiceleste, coloca bandeira na casa, no carro, canta em portunhol, decora até o hino argentino, mesmo sem saber completar a primeira estrofe do nacional.
Nunca pisou na Argentina, ou esteve lá apenas para “turistar” em roteiro oficial de agência de viagens, sendo um mero brasileiro, ou “macaquito” como referem-se a nós, especificamente, no mundo da bola.
Aqui não.
Mas, justifico minha torcida, torcida não, apoio, aliás, menos, bem menos...
Digamos que uma leve preferência circunstancial pela Argentina campeã.
Fora o componente Messi, que fascina com seu talento nato e sobrenatural, a opção no caso, no momento, é mais por negação a França, que afirmação a Argentina.
Minha escolha é menos passional e mais estratégica.
Apesar de, mesmo no campo das paixões, na situação específica, no orgulho ferido, a França tenha me maltratado mais, bem mais que a Argentina.
Enquanto pude acompanhar futebol a maior “dor” que os hermanos me impuseram foi a eliminação promovida por Cannigia e Maradona na Copa de 90.
Estive impassível a essa última Copa América vazia e feita “nas coxa” que deu o primeiro título a Messi com o selecionado virgem de títulos dos vizinhos.
E vi o Brasil ganhar mais, bem mais em duelos diretos e títulos.
Agora com a França não. Essa se transformou em carrasco oficial brasileiro.Não lembro do primeiro castigo na Copa de 86 (aquele pênalti maldito de Zico), pois era um infante.
Mas em 98 e 2006 a surra foi colossal.
Ainda teve uma Copa das Confederações em 2001.
Sempre com um Zidane e seu requinte de crueldade no meio do caminho.
Uma vitória da França representaria a consolidação da hegemonia européia sobre a América do Sul.
Os europeus chegariam a maior diferença da história sobre o nosso continente.
Hoje já são 12 títulos contra 9, distância nunca alcançada.
Desde 2002, portanto há 20 anos a América do Sul não vence um mundial, também o maior jejum continental.
A própria França é a atual campeã, seria bi na essência, em seguida, “como manda o figurino”.
A última vez que um bicampeonato clássico aconteceu foi com o Brasil em 58-62 (apenas a Itália tem tal feito também, lá nos primórdios em 34-38)
Em 24 anos a França fará a sua quarta final, com prováveis três títulos.
É a real potência do futebol atual.
Como ouvi por aí: “a França, hoje, é o Brasil de ontem no quesito revelação de jogadores”.
Desde que, de fato, se incorporou os descendentes e filhos diretos das colônias ao selecionado francês, a safra lá não para de brotar e bem mais que vinho e queijos nobres.
Mais de meio time cortado da Copa por lesão (boa parte que seria titular, incluindo o atual melhor do mundo) e, ainda assim, estão na final do Mundial.
Hoje, é a França quem pode formar até três times de altíssimo nível.
Tanto franceses quanto argentinos disputam a honrosa glória de alcançar o tricampeonato mundial.
Mas, sem dúvidas, o país europeu é quem, a médio, longo prazo pode representar risco a soberania brasileira na bola.
Por todos estes fatores elencados: seu crescimento vertiginoso, rápido e de resultados diretos, além da, aparente, inesgotável fonte de talentos.
Por mais estranho que pareça, torcer para a Argentina agora, ainda é uma defesa do título brasileiro de: “país do futebol”.
Futebol é mesmo uma caixinha de surpresas...